28 de setembro de 2010

E no meio da correria... Um carinho!


Ela tava se sentindo engasgada.
A rotina nas últimas três semanas tava pesada.
A vida tava de cabeça pra baixo, de uma forma deliciosa, mas tava.
Muita correria, horas dentro do ônibus, dormindo tarde, acordando cedo e nas costas sempre uma mochila pesada...  Carregando figurino, cenário, e mais um montão de badulaques. Quando pisava no palco esquecia tudo e era tomada pela magia do teatro, a platéia lotada aplaudindo, e um sorriso de satisfação e missão cumprida. Mas depois vinha a mesma correria, tira maquiagem, troca de roupa e entra no ônibus. De volta à realidade.
No meio dessa confusão de trabalho, estudo, projetos, e blá blá blá... Ela não parava!
No sábado, eles reservaram um tempinho pra ficarem juntos, encontraram antes da peça, deveria ter sido uma tarde gostosa. Só que ela resolver gritar o que tava engasgado!
Tadinho... levou a culpa sem ser o culpado.
Deitados na cama ela chorou.
“O que foi meu amor?”
“Nada. Eu só quero chorar. To cansada. Só isso.”
“Eu to aqui, ta bom?”
Ele não precisava dizer, ela sabia que ele estava ali, e por isso chorou, porque sabia que não estava sozinha. Ele a abraçou de uma forma que encaixava e a colocou em seu colo. E os dois ficaram ali, sem palavras, apenas um carinho, ouvindo um a respiração do outro.
A tarde foi de presença de amor.
Um amor que tem poesia misturada.

Ela escreve para ele:
“Obrigada pela sua forma de estar presente. Pelo seu abraço e pela compreensão. Pelo apoio de sempre. Pelo descanso. Pela paz. Todos os dias dessa vida, minha alegria e meu sossego.”


23 de setembro de 2010

Além do que meus olhos podem ver'






“A gente vê com os olhos.
 Mas também se pode ver com as mãos.
Pode-se ver, ouvindo. Pode-se ver pensando.”
                       Elizete Lisboa

FOTO Danilo Curtiss (Palácio das Artes - CEFAR)

18 de setembro de 2010

Projeto Vila dos Mortos - MERDA PRA NÓS SEMPRE!

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Vila dos Mortos narra a história de uma pequena vila onde tudo parece normal, até que coisas inesperadas começam a acontecer e influenciar diretamente e indiretamente na vida de seus moradores. O espetáculo deixa a seguinte mensagem: “Precisamos estar sempre prontos para dizer adeus”, porque o amanhã ainda está por vir, o ontem já passou e nesse meio tempo, tudo pode acontecer!
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FICHA TÉCNICA

PRODUTOR: USINA DE IDÉIAS COMUNICAÇÃO PRODUÇÃO E EVENTOS LTDA.

DIRETOR: JEFFERSON DA FONSECA COUTINHO

TEXTO: O DIRETOR E OS ATORES - PROCESSO COLABORATIVO

 
INFORMAÇÕES:


Saulo de Freitas (divulgação) - 9686-1576
Eduardo Corrêa (produção) - 9976-7001



ELENCO:
ADRIANA FATTINI, BÁRBARA PELEZ, BÁRBARA OLIVEIRA, CAROL CHAVES, EDUARDO CORRÊA, LILIAN CAMPOMIZZI, LINDOMAR RODRIGUES, MÁRIO MAIA, MEL GOMES, PAULO GUERRA, RAFAEL LANDIM, RAQUEL NOGUEIRA, SARAH ALVES, SAULO DE FREITAS, VALÉRIA NASCIMENTO, VINÍCIUS MELO, WALTER OLIVEIRA, XANDE ROCHA

DE 18 à 26 de Setembro de 2010
TEATRO DO COLÉGIO ARNALDO
RUA TIMBIRAS, 560 (Esq. com Bernardo Monteiro)

Ingressos SINPARC 10,00 Reais
Bilheteria do teatro - meia hora antes do espetáculo
/ Com apresentação do fly paque meia entrada
 
(Link Jornal Minas - Temporada 2010)
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13 de setembro de 2010

A história do ex - hippie virou um poema'



A cervejinha depois da aula na sexta feira já virou um compromisso.              
O primeiro copo é sempre o mais saboroso... O brinde!
A tensão durante a semana, o cansaço, o trânsito, a correria, a falta de tempo, os projetos para entregar, a pré-saudade do João que ia viajar, espetáculo para estrear... 
Ahhh! MERDA...
Isso tudo fica em uma parte do meu cérebro que é esquecida por aquele momento.

Sentar no boteco, tomando uma gelada, com um sonzinho, com amigos queridos e um papo bacana, é o que eu peço para o final da semana.
Nos barzinhos do centro BH você nunca fica sozinho. Pode ficar tranqüilo, se quiser tomar uma e não tem companhia, pode ir que sempre alguém aparece.
Se não é alguém conhecido... É alguém conhecido de um conhecido seu... 
Tem aqueles que são intrometidos mesmo, que escuta a conversa que rola na mesa, começa a dar opinião, quando você percebe, o cara já ta sentando do seu lado bebendo da sua cerveja.
E é claro que tem a companhia “sempre desejada” dos vendedores ambulantes...
É a criança vendendo bala: “O moça compra um CHICRETE aí, é para ajudar a minha mãe”.  
É a mãe vendendo o bombom caseiro: “O gente compra um bombom, é para comprar o leite das crianças”, são os hippies com seus trampos: “E aí galera, dá uma olhadinha aí nos meus trampos”, tem a galera do amendoim, que é um perdição, na mesa tem 10 pessoas sentadas eles vem colocam 5 amendoins, e você briga pra conseguir pegar um e depois que come, aí não tem jeito, salgadinho, quentinho com a cerveja gelada, você acaba comprando um pacotinho do moço, um não, 3 que é 5,00 reais. Tem o moço dos incensos, de repente você percebe um cheiro agradável no ar, o cara já colocou o incenso aceso na sua mesa, se tiver alergia tá ferrado, porque ele acende três de uma vez só e fica passando aquilo no seu nariz (Bom, eu adoro! Virei cliente).
Lembrei também do cara das poesias eróticas, ele vende um livrinho com poesias de sua autoria, e tudo no final da frase vira putaria, é no mínimo engraçado.
De todos que falei o que se destaca pra mim é o ex-hippie artesão que faz uns bonecos do Raul Seixas. É perfeito o trabalho dele, mas ele é muito maluco... Conversado... Toda vez que encontra a gente bate altos papos, dessa ultima vez tomou três pingas, fumou quatro cigarros e contou a sua historia pra nós.
Pausa dramática...

Resumo da historia...  Sexo, drogas, muito rock roll e um poema:

"O sonho não acabou.
O sonho está dentro de mim.
Eu percebi que não posso mudar o mundo.
Mas, posso mudar em mim."

Reinaldo Antunes, o ex-hippie (03/09/2010 – Rua da Bahia – BH)

4 de setembro de 2010

Páginas Avulsas - O beijo de Clarice

Trilha da corrida na estação.
Indicação ler as últimas estrofes ouvindo Tiersen.

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As margaridas amarelas que ele mandou há algum tempo já estão mortas, mas ainda continuam no vaso de porcelana azul fazendo parte da decoração da cozinha.  Clarice toma seu café olhando para os cabos verdes que restaram no vaso.

Desde que ganhou as margaridas, ela passeia com o vaso de porcelana pela casa. Na sala ficou durante um tempo na mesa ao lado do sofá, depois na estante perto dos livros, e também em cima do baú de madeira.  Na varanda ficou junto aos outros vasos de flores, mas foi por pouco tempo.
No quarto ficava em cima da mesinha de cabeceira, bem ali, ao lado da caixa onde ela guarda as suas cartas. Ah! As cartas...

Quando ia escrever. Fechava os olhos e imaginava um jardim inteiro de margaridas amarelas. 
Das suas mãos saiam palavras doces que iam preenchendo o papel.   
Lia as cartas varias vezes, em voz alta, mas suave, falava para ele, onde quer que esteja, vai ouvir o meu som.

Na última carta escreveu que as margaridas já não eram tão belas como antes. E pediu que a presenteasse com outro buquê. Mas, a carta ainda não chegou.
Enquanto espera, Clarice lê as cartas antigas...
Com um sorriso no canto da boca, ela segura aquela carta marcada de batom vermelho. 
E lembra-se da ultima viagem que fizeram juntos...
O caminho de pedras.
O som das batidas do sino da Igreja. Das crianças correndo pelo gramado verde da praça.
Da promessa de um casamento no interior.
Do sol se pondo atrás das montanhas.
Da casinha de tijolo e do fogão de lenha.
Do barulho da cachoeira...
 (TRILHA)
Ela escreve: “O amor faz falta.”   
Ele responde: “Vem me buscar”.
Coração acelerado. Passo apressado. Na cabeça os momentos que viveram e a saudade que alimentou durante tanto tempo.
Desceu as escadas correndo. Era tanta gente naquela estação.
Em meio à multidão, o sol iluminou as cores vibrantes das margaridas.
O olhar. Um sorriso.
Lá estava ele, ao lado do ultimo vagão.
O beijo mais esperado.
O maior beijo do mundo.
O beijo de saudade.
O beijo de recomeço.

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Bárbara Oliveira Agosto de 2010 (18 - 11)