28 de abril de 2010
19 de abril de 2010
SALA DE ESPERA PARA LUGAR NENHUM
Homem escutando a terra - Marco Paulo Rolla
"Da arte à antiarte, do moderno ao pós-moderno, da arte de vanguarda à contra-arte, a abertura é sempre maior. O horizonte da arte, hoje, é aberto, impreciso. Situações, eventos, rituais ou celebrações - a arte não se distingue mais, nitidamente, da vida e do cotidiano. (...) A vida que bate no seu corpo - eis a arte. O seu ambiente - eis a arte. Os ritmos psicofísicos - eis a arte. A vida intra-uterina - eis a arte. A supra-personalidade - eis a arte. Imaginar - eis a arte. O pneuma - eis a arte. A apropriação de objetos e de áreas - eis a arte. O puro gesto apropriativo de situações humanas ou vivências poéticas - eis a arte."
Frederico MoraisExposição Palácio das Artes - Galeria Genesco Murta
15 de Abril - 09 de Maio
Marco Paulo Rolla - Wagner Rossi Campos - Juliana Alvarenga - Paulo Nazareth11 de abril de 2010
Drumondiano.
Cartas Poéticas.
Amar
Que pode uma criatura senão,entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade.
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