28 de janeiro de 2010

Quem sabe isso quer dizer amor.

"... Abri a porta e antes de entrar,revi a vida inteira.
Me acenou um beijo de paz".

______________
Ela imaginou que não sentiria isso de novo.
Como foi tola. Pensar que amor só se sente uma vez.
Amor é alimento para nossa vida inteira.
Amor.
De todas as formas. Com toda a intensidade.
E ela sentiu de novo...
As borboletas na barriga.
Mão suando frio. Pernas trêmulas. Sorriso no canto boca.
A sensação de estar livre e preso ao mesmo tempo.
A espera besta de apenas um telefonema.
A felicidade pequena de um bom dia.
Uma música. Uma taça de vinho. Uma dança.
Dividir planos.
Sentir saudade. Matar a saudade.
Sorrir a dois.
E acalmar seu coração.
E agora ela quer muito. Andar de mãos dadas.
E agora eles querem pouco. Amor e ponto.
______________

No fundo Milton Nascimento canta.
"E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar
Em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
estrada de fazer o sonho acontecer..."

15 de janeiro de 2010

Heav metal, tequila e um homem tatuado'

Histórias de bolso surgiu do nada. Ou vamos dizer, de uma louca lembrança misturada a muita imaginação. As coisas que vejo. As coisas que ouço, isso tudo mais e um pouco.
Foi delicioso escrever os 5 primeiros capítulos, foi maior bafafá (como dizem por aí), conseguimos até fazer uma cena curta no teatro com os textos, todo mundo queria saber o que iria acontecer com o marrento tatuado e Vivi destrambrelhada. Mas, fiquei sem inspiração e perdida na minha própria história...
Algum tempo depois...
Resolvi voltar e tentar terminar isso, ou continuar...

Ps: Capítulos em ordem abaixo. Pra quem não conhece a história entender. E pra quem conhece lembrar. Cap. 11 o fim. Quer dizer, o começo.

Saboreiam - se
Bá*

_____________________________



Heavy metal, tequila e um homem tatuado.
Por Bárbara - 15/12/2008
CAP. 1

6:42 da manhã. Silêncio. Vivi abre os olhos. Meio lerda, observa o lugar, uma guitarra pregada na parede, no teto pôsteres... Black Sabbath, Iron Maiden, The Clash... Que isso cara? É uma caveira vestida com a camisa do Led Zeppelin? Que viagem. Esfrega os olhos na intenção de acordar e voltar ao mundo real. Ela pensa "Que diabo de sonho estanho é esse?" Dá uma boa espreguiçada e seu braço encosta em alguma coisa que mexe... "Caraca!!! Tem um homem pelado nessa cama. Cara... que bunda. Que costas largas. Nossa.. Olha só o tamanho da mão. Que isso..? Onde estou.. Quem é esse?? "Para, pensa, respira. "Ahh... Que merda de dor de cabeça. Eu não consigo lembrar de nada."Vivi levanta com todo cuidado. "Silêncio, Vivi. Silêncio. Esse cara aí, não pode acordar. Que vergonha. Eu nem sei onde estou. Como vim parar aqui.?" Circulando pelo quarto em busca de alguma pista, tropeça em peças de roupas, uma garrafa de tequila ... Aii! Ninguém merece isso.
Cada passo que dava, Vivi entendia que aquilo não tinha nada de sonho. "Hum... Que cheiro azedo. Sonho não tem cheiro. Ou tem? Ah, claro que tem, quantas vezes sonhei com o cheiro do Beto, era tão bom. Mas esse cheiro não é muito agradável. Eca!"
Um pedaço de pizza vencida do lado de alguns CDs de metal, uma bateria, uma coleção de vinil, um convite 'Forever Massacration'...
 "Lembrei. Ontem foi a despedida da Duda, a gente foi num show de heavy metal, tinha muita tequila, muito barulho e um monte de gente vestida de preto...”
Vivi pega um celular que estava na mesinha de cabeceira, entra no banheiro e esconde dentro do Box.
- Vivi sua maluca. Onde você tá menina? Você sumiu ontem, te liguei “trocentas” vezes e nada. Eu fiquei preocupada.
- Eu vou matar você Duda. É tudo culpa sua.
- Culpa minha? Culpa de quê? O que aconteceu? E Porque você tá cochichando??
- Porque eu estou escondida dentro do banheiro de um quarto 'dark', de um cara enorme, tatuado e cabeludo, que eu não faço idéia de quem seja. E isso é culpa sua sim, que inventou de fazer a despedida naquele lugar esquisito e cheio de gente esquisita, com uma merda de música esquisita, que não entendo porra nenhuma do que eles falam.
- (Risos) Eu não acredito. Você transou com o Crüe?
- Quê!!?? Transou o quê?? Ta doida? Quem é Crüe?
- Vivi, você não lembra da noite de ontem?
- Não! Quer dizer, mais ou menos. Eu lembro da merda do som esquisito, do lugar esquisito, daquele cara esquisito que você tava ficando....
- Mas que porra. Dá pra parar de falar 'esquisito', o cara que 'estou' ficando não é 'esquisito', é o vocalista da banda que estava tocando ontem e o Crüe é o baterista. E a senhorita não lembra de nada, deve ser porque tomou uma garrafa de tequila sozinha.
- Que porra! Você ta me zuando. Quer dizer que eu estou no banheiro de um baterista maluco, de uma banda 'esquisita'... Ah tá. De uma banda não muito normal. Caramba! Eu não transei com um cara que chama Crüe... Isso parece nome de cachorro de família americana.
- Olha bem a situação amiga. Você bebeu algumas, e a ultima vez que eu te vi ontem você estava conversando com ele, num papo que parecia bem animado, e agora você está no quarto do cara...
-... E detalhe, ele está peladão lá na cama, dormindo que nem uma pedra... (Risos)... Duda, isso não está acontecendo comigo... Que merda! Nossa amiga, ele tem uma bunda, e uma tatuagem super sexy nas costas.
- Vivi não está dando muito certo, você fica cochichando esses palavrões no telefone essa hora da manhã.
- Você quer que eu faça o quê Duda? Não dá pra falar mais alto cara, esse tal de Crüe não pode acordar. Eeee... Os palavrões são porque estou ferrada. Eu tô perdida!
- Perdida por quê? Deixa de grilo, você é uma mulher solteira, linda, não deve nada a ninguém. E isso acontece, é normal.
- Não é normal. Eu não lembro de nada. Eu nem sei como vim parar aqui. Eu nem sei se realmente transei com esse cara, e se transei, será que usamos camisinha? Isso é serio...
Ah!. Minha cabeça vai explodir. To com vontade de vomitar. E ainda tem o Beto... Meu Deus, eu tenho que sair daqui agora.
- Nem vem falar do Beto. Vivi, você precisa esquecer esse cara, tem que parar de lamentar o pé na bunda, quem sabe o Crüe não vai te ajudar a sair desse buraco? Hein...? E a parada da camisinha, olha aí no lixo, sei lá, perto da cama. Só pra aliviar a consciência.
- Não fala assim 'pé na bunda', parece até que sou um tribufu horroroso que ninguém quer, e eu não estou em nenhum buraco, e mesmo que tivesse, não é esse cara 'metaleiro' que vai me ajudar... Eu tenho que desligar, vou atrás da camisinha e dá um jeito de sair daqui.
- Você vai pegar suas coisas e sair sem falar nada?
- Claro.
- Vivi, isso não se faz, coitado do cara, vai acordar pensando que teria uma bela companhia pro café da manhã. E nada...
- Café da manhã, tá louca?
- Deixa um bilhete pelo menos: "Valeu gatinho pela noite, meu tel é ... me liga. Beijos", ou melhor deixa uma flor e o nº do telefone, vi isso em um filme e adorei, é tão romântico...
- Você parece que bebe sabia..? Não viaja Duda. Quero sumir daqui e nunca mais ver a cara desse Crüe. Tchau! Te mato mais tarde, porque ainda acho que a culpa é toda sua.

Uma semana depois...13:17, Vivi saboreia um belo prato de miojo com requeijão, enquanto digita sua matéria de Segunda, de fundo João Gilberto canta Tom Jobim 'Chega de Saudade'. O celular toca, nº não conhecido.
- Oi!
- Vivi?
- É. Quem tá falando?
- Oi Vivi. É o Crüe.

Continua...
_____________________


CAP. 2 O telefonema, o efeito matrix e a descoberta.

O marrento metaleiro cabeludo e descobridor de pensamentos alheios
17/01/2009


Vivi não acredita que ouviu o nome Crüe do outro lado da linha. E solta com uma voz assustada.
- Quem?
"Ahh caraca, não acredito que disse isso. Como assim? Porque soltou essa palavrinha, Vivi? Pequenina, mas cruel, que pergunta idiota. O quê que esse cara vai pensar de você? Dormiu comigo e nem sabe meu nome..."
Antes que Vivi pensasse em dizer mais uma besteira qualquer... Ela ouviu uma gargalhada...
- (Risos) Você é mais maluca que eu pensava sabia?
- Maluca? Eu? Por quê?
- Dormiu comigo e não sabe meu nome?
"Puta que pariu... Será que esse cara ta lendo meus pensamentos do outro lado? Isso que dá pensar demais Sra. vivi ... Eu não sei o que dizer. EU NÃO SEI O QUE DIZER! Vou desligar, finjo que a ligação caiu e pronto... Mas ele vai ligar de novo, claro. Fodas! Só não atender... Mais...Como esse cara conseguiu meu telefone?"
- Você deve estar pensando aí ... “como esse cara conseguiu meu telefone?”
 “Puta que pariu de novo, ele realmente ta lendo meus pensamentos... CARACA! Para Vivi, fala alguma coisa."
- O dia ta bonito hoje, né? Céu limpo e as nuvens estão formando desenhos. Estava aqui grudada no computador e nem percebi isso...
- O quê???
"Puta que pariu pela terceira vez. O que você disse Vivi? Agora ele deve achar que além de maluca sou mongol."
Vivi não consegue pensar em nada, todas as palavras sumiram da sua cabeça, e num enfeito 'matrix' o minhojo vai parar no teclado do computador.
- Droga!!
- O que foi isso?
- Isso o quê?
- Ow! Ta tudo bem com você?
- Tá! Quer dizer... TA... Está sim. Tudo ótimo! . Mas porque ta perguntando isso?
- Você ta esquisita. Muito 'ESQUISITA'! Não parece com a pessoa que conheci há uma semana atrás... Bacana, divertida, inteligente, tímida, mais charmosa. Sexy pra caramba!
"Ai meu Deus! Eu sou isso tudo aí? Nossa!... Não estou entendendo porque to tão nervosa, esse é apenas o Crüe, cachorrinho de família americana... 'Metaleiro cabeludo'. Porque to sentindo esse frio na barriga? Que coisa esquisita...”
- Sabe o que acontece Crüe? Você me pegou de surpresa. Levei um susto com essa ligação. Não esperava... Mais... Acho que até fiquei feliz.
" Feliz Vivi? Com a ligação do 'metaleiro cabeludo? Será? "
- Porque a surpresa? Achou que eu não ia ligar?
- Claro que eu achei! ... Eu nem te deu meu telefone.
- Há diversas maneiras de se conseguir um telefone, gata! Confesso que naquele Domingo gostaria que tivéssemos acordado felizes e sorrindo, com um pouco de dor de cabeça pelo resultado de tanta tequila, mais nada que um café preto junto do banho gelado não resolvesse. Tomaríamos um belo 'breakfast', conversaríamos sobre qualquer coisa e você me daria seu telefone... Se tivesse sido assim, eu não teria que ligar pra agencia onde trabalha, inventado que sou um editor de moda de São Paulo e queria marcar uma hora com a produtora Viviane Acco... Mas a senhorita resolveu complicar tudo e saiu do meu AP. sem falar nada... E assim fez com que meu domingo fosse apenas uma ressaca fudida com gosto amargo de tequila.
" Nossa!... Esse aí é o 'metaleiro cabeludo'? No creio!!
- Não sei o que dizer... Caramba!! Você ligou mesmo pra agência e inventou essa mentira?
- Sim. Queria seu telefone, foi uma tal de Iara que atendeu.
- Porque queria meu telefone?? Pra confirmar que dormi com você e nem lembro teu nome?
- Não... Porque quero te ver de novo...
Pausa imensa. Silêncio. No fundo João Gilberto canta...
- E você lembra muito bem quem é Crüe, vivi. Aposto que lembra cada detalhe do meu quarto 'dark', e está arrasada porque dormiu com um 'metaleiro cabeludo'. Deve estar pensando 'Não acredito que fiz isso?'...
" Que Porra! Esse cara ta me irritando muito. Ele acha que sabe tudo que penso? E porque ele sabe?"
- Porque acha que sabe tudo que penso hein?...
- Estou apenas arriscando, se acertei pontos para mim.
“ Aiii... Que ódio. Ele sempre sabe o que dizer. Ta tudo sempre na ponta da língua. Que cara chato!"
- Você que é maluco sabia? Não eu. Como pode ligar para uma mulher que dorme com você e sai sem dizer nada. Sabe o que isso pode significar?
- Que a transa foi ruim?
- É. Ou alguma coisa desse tipo.
Vivi esquece toda sua timidez e arrasa com seu lado vilã. Não tem coisa que ela mais odeia, do que homem convencido que acha que sabe de tudo...
"Agora que eu acabo com esse ‘marrento metaleiro cabeludo’ e descobridor de pensamentos alheios"...
- É... Eu até poderia ter pensado isso, mais .... se tivéssemos transado, né?
- Como assim... se tivéssemos ..?
- O quê que é Vivi??... Não aconteceu nada entre a gente.

Continua ....

____________________________



CAP 3 - O alívio, a pitada de decepção, a bunda e o maldito silêncio.

Tinha um Elvis no meio do caminho. No meio do caminho tinha o Elvis
23/01/2009

"Ahãnn!! Eu ouvi bem?? O que esse cara disse mesmo? Não aconteceu nada, mais..."
Outro efeito matrix. Dessa vez mais incrível... Tudo que existia na escrivaninha foi parar no ar e depois no chão, fazendo um barulho infernal do outro lado da linha.
- Oieee!! Tudo bem aí?
- Que alivio! Por isso não consegui achar a maldita camisinha.
- Que disse?
- Que alivio! Não aconteceu nada....
O som não era mais João Gilberto, era muitas risadas. Uma melodia clássica.
- Putz! To começando a achar que não devia ter ligado pra aquela agência...
- Nãooo Crüe.. Nãoo!! Desculpa. Não é isso que ta pensando.. É que.. Ai meu Deus, como vou dizer??.. É que eu não lembro de nada. Caramba! Pronto disse.
Silêncio.
 “Uai. Ele não vai dizer nada? Será que não tem nada a dizer agora? Duvido muito, sempre sabe o que dizer... Ou talvez. Ele não queira dizer... Eu não devia ter falado isso, será que magoei o ‘marrentão’? Mas eu só estou sendo sincera".
- Desculpa de novo Crüe. Cara, que vergonha. Eu sei que é horrível, mas realmente não lembro de nada e quando acordei domingo na sua cama... Toda aquela situação, fiquei desesperada, isso nunca tinha acontecido comigo antes... Eu pedi pra morrer naquela manhã.
- Nossa! Seria tão terrível assim ter transado comigo?
Nesse momento Vivi só conseguia pensar naquele homem enorme, tatuado e pelado na cama... E o alivio teve pitadas de decepção...
- Para de arriscar cara. Dessa vez os pontos não vão para você.
- Eu só fiz uma pergunta.
- Mas não terá uma resposta. Você sabe muito bem o que quis dizer...
- Eu sei. Tava só zuando... Agora consigo imaginar seu desespero quando atendeu minha ligação. Você nunca mais queria me ver né?
"Lá vem ele de novo adivinhar meus pensamentos... Na verdade não queria ver mesmo nunca mais esse cara... mais... então porque pensei nele a semana toda? Naquela bunda, naquelas tatuagens... e porque fiquei feliz com a ligação... e porque fiquei decepcionada por saber que nada aconteceu?"
- É. Mais ou menos...
- Pode ficar com a consciência limpa gata, nós apenas conversamos besteiras, rimos do nada e bebemos muita tequila. Tudo ao som de Bob Marley.
- ‘Metaleiro’ também ouvi Bob Marley?
- O ‘metaleiro’ aqui, ouvi muita coisa...
- (Risos)... Que idiotice a minha, fiquei a semana toda com a consciência pesada, me crucifiquei atoa. Procurei que nem uma maluca a camisinha pelo seu quarto, daí concluí que você tinha jogado pela janela, ou então no vaso e dado descarga.
- Eu consigo imaginar a cena. (Risos)
- Não ri cara, eu fiquei grilada... Você também tinha que estar peladão...?
- Ahhh! Ficou reparando meu bumbum né?
- Idiota!É... Tenho que confessar que você tem uma bela ‘bunda’... Mas... Nada posso dizer do resto.
"Vivi... Você disse isso mesmo?? AÊ... Garota, mandou bem...mostrou que é uma mulher de atitude.."
- Hum... Agora os pontos foram todos pra você.
- Quer dizer que ganhei?
- Ainda não Vivi. Esse jogo não está nem metade do primeiro tempo.
- Aé? Então isso é um jogo pra você?
Silêncio de novo. E sem som de fundo.
- Crüe?
- Você me pegou. Não sei o que dizer.
- Sabe sim. Sempre sabe...
- Nem sempre... Esse agora é aquele momento que tem que parar, pensar, e depois dizer... Entendi?
- Entendo.
- Não. Você não entendi... Nem eu tô me entendo agora.
- Você que está esquisito agora ‘metaleiro’...
- É... Eu sei.
O silêncio que invade de novo a conversa incomoda Vivi. É um silêncio estranho...
 “O que está acontecendo com essa cara? Uma hora sabe o que dizer vem com diretas e indiretas, faz piadinhas e agora... silêncio? Prefiro o ‘marrento metaleiro cabeludo descobridor de pensamentos’... Vamos Crüe... fala alguma coisa...”
- Tava olhando aqui da janela e realmente o dia ta bonito.
- O quê??
- Lembrei que tenho que passear com meu cachorro, vou aproveitar a trégua dessa maldita chuva que não para aqui em BH.
- Cachorro? Eu não vi nenhum cachorro aí.
- É... É... Porque ele tava no veterinário semana passada. Tava doente.
- Coitadinho. Como ele chama?
- Éééé... Ele... Chama... Ele chama Elvis!
- Que original. E que raça ele é?
- Ahh... Sabe que eu não sei gata... Ele é uma mistura aí... Vira lata na verdade.
- Sei.
Silêncio de novo?? Que merda! Esses silêncios já estão enchendo. Eu sei...
- Então Vivi... Vou ter que desligar, o Elvis fica estressado quando fica muito tempo preso no ap. Eu te ligo depois... E espero que você saiba quem é dessa vez... (Risos) Grava aí meu numero.
" Que saco! Quando a conversa começa a ficar interessante ele resolve perceber que o dia ta bonito. Porque esse tal de Elvis apareceu agora hein? Ahh... Com certeza vou gravar o numero aqui e ficar esperando que nem uma adolescente boba... Para com isso Vivi, você é uma mulher, linda, poderosa, independente, inteligente e sexy.. Huhumm.. Nossa...E que não gosta de ‘metaleiros marrentos’. É.. Isso mesmo".
- Ok! Vou gravar aqui, Crüe... Bom passeio COM O ELVIS... Eu também vou aproveitar o dia bonito.
- Vai mesmo... Não dá pra ficar preso em casa com esse dia lindão lá fora. Beijos gata! A gente se fala.
- Tchau Crüe. Até.
"Ah?? Só tchau e até.. Vivi você é uma anta mesmo. Porque foi tão seca? Tudo porque o cara queria passear com o Elvis. Como posso ter sido tão insensível? Coitado do animal. To arrasada comigo mesma. Ahh ... quer saber? Vou aproveitar o dia bonito que tá lá fora... Ops!! Tem a matéria de Segunda Dona Vitoria, que está pela metade ainda... E essa bagunça que eu consegui fazer em menos de uma hora no telefone com o ‘metaleiro marrento’... Minhojo no teclado.. que “inhaca”...
... Não to nem aí ... Vou passear com... Com... Com quem vou passear mesmo???

Vou comprar uma cadela amanhã.

Continua...
________________________________


CAP 4 Procura - se uma cadela
15/02/2009

Depois de 2 copos de cuba libre, algumas músicas, duas cantadas baratas e 4 cigarros ....
- Ei minha flor. Demorei um pouquinho né? Desculpa...
- Pouquinho Diego? Já tem horas que tô aqui sozinha nesse bar te esperando. Ouvi quase o repertório todo desse cara, e ainda teve um babaca que sentou aí na mesa e disse que ia me fazer companhia. "Como pode uma garota tão linda ficar sozinha... Blá..blá..blá.." .... Homens... Ninguém merece isso!
-... Quem é Vivi? Me fala que eu vou lá quebrar a cara dele...(Risos) Desculpa linda... Agora é serio, não queria atrasar assim. É essa chuva infernal, não tem como se locomover em BH quando chove, você sabe como fica o transito. Eu estava do outro lado da cidade...
- Tá perdoado Di. Senta aí, vou pedir uma cerveja pra gente.
- Você ta fumando Vitoria? Não acredito...
- Eu to nervosa.
- Você tinha prometido que mesmo quando estivesse nervosa não ia mais fumar.
- Eu to ansiosa.
- Quando estivesse ansiosa também.
-... Eu to confusa... Ferrada. Apaixonada... Preciso de um cachorro urgente... Você tem que me ajudar...
- Iiiiii... Não tem motivos Sra. Vitoria... Você prometeu e pronto. Esse negócio ainda vai te matar...
- Me deixa com meus cigarros Di, que saco. Só hoje... Amanhã eu paro. Tá Bom?
- Sei...
... Pera aí... Você disse APAIXONADA??
- Disse.
- Tá bom viu...
- É serio... É muito serio. E eu preciso de um cachorro também.
- Vitoria, você é maluca sabia? Ontem mesmo queria morrer por causa do Beto, o mundo não tinha sentido sem aquele ‘bonitão’, e agora vem me falar que está apaixonada... Apaixonada por quem? E onde entra o cachorro nessa historia?
- Beto? Que Beto? Nem sei mais quem é essa pessoa... To livre dessa maldição... Meu negocio agora é metal...
- Ahhh não. Vitoria você está apaixonada pelo ‘baterista metaleiro’?
- Di, eu sei que isso é meio maluco... Mais eu não consigo tirar o cara da minha cabeça... Eu to louca pra aquele telefone tocar de novo e aparecer o Crüe na tela, você não tem noção do meu desespero...
-... Meio maluco. Isso é totalmente maluco... Aquele cara não tem nada haver com você, é um marrento, que anda todo de preto, aquela barba, aquele cabelo sem corte.
- Nem é assim... Ele é marrento, metaleiro, anda de preto mesmo, mas é um ‘homão’ com letra maiúscula, e você concordou comigo naquela noite do show. Ele é sexy pra Caramba.
- Uma coisa é achar o cara sexy, sentir tesão, desejo e querer transar com ele, outra coisa é apaixonar meu bem... Você não está apaixonada, está decepcionada por não ter acontecido nada naquela noite... E tipo... Está com isso na cabeça porque quer terminar o que começou...
- Não é isso... Você está entendendo tudo errado. Eu nem estou pensando no corpo tatuado dele...
- Ai meu bem... Então pensa na ‘bunda linda’ que você disse que ele tem... E esquece essa historia de paixão...
- Para de zuar, eu to falando serio, queria que a Duda tivesse aqui, ela ia me ajudar...
- Desculpa Vivi, mas não dá pra levar isso a serio... Você está tão carente que resolveu que iria apaixonar pelo primeiro homem que aparecesse na sua frente... Carência é uma doença perigosa tá? As pessoas ficam cegas. Isso é furada gata, vou logo te avisando.
- Deixa que eu decido se é furada ou não. Você sabe que quando coloco uma coisa na minha cabeça eu vou ate o fim, e algo me diz que esse cara pode ser meu novo amor
- Amor?? Pera aí Vitoria a gente ainda tá falando de sexo...
- Ai meu Deus. Você está me deixando mais confusa. Me ajuda na busca da cadela ideal?
- Você tem certeza que quer um cachorro?
- Uma cadela.
- Vivi você é linda, charmosa, ultimamente meio esquisita... Minha amiga que amo eternamente... Mais é a pessoa mais atrapalhada e estabanada que eu conheço. Desculpa.  Essa idéia de cachorro não é legal.
- Brigada baby, pela parte que me toca... Mais, pessoas atrapalhadas também têm direito de ter animais de estimação. E eu preciso de uma companhia lá em casa. Acho essa idéia ótima...
- Acho que essa idéia tem algo a ver com a carência e o logo com o ‘baterista metaleiro’, só pode.
- ... Pesquisei na internet umas raças de cachorros que mais se parece comigo. Tem que ser fêmea, claro. Não pode ser muito grande, porque ia ficar pequeno o ap. pra nós duas, não pode latir demais, se não o sindico me expulsa do prédio, não pode soltar muito pelo, não pode comer demais pra não defecar fedendo, e nem pode ser aquelas raças carente demais, dependes do dono, porque a minha vida louca na agencia não permite isso... E de carente já basta eu... Não achei nada que se enquadra nesse perfil...
-... Claro que você não vai achar nada com esse perfil... Você não quer um cachorro... Você quer um ursinho de pelúcia.
- (Risos)... Imagina eu cuidando de uma cadela, no mínimo vai ser engraçado... Mas eu preciso achar uma namorada pro Elvis.
- Quem é Elvis.
- O cachorro do Crüe.
- Sabia que tinha coisa desse cara... Já vi tudo
- Estou em duvida do nome, não sei se coloco Maria ou Zuleica... Pensei em Filó também.
- Isso é serio mesmo?
- É...
- Olha flor, você tem que primeiro escolher a cadela, ver o rosto dela e daí vai saber qual nome combina.
- Verdade... O problema é achar essa cadela... Nomes eu tenho vários em mente...
- Gente!... Claro, como não pensei antes? Tem os filhos da Charlot, ainda tem dois filhotinhos que eu não consegui vender, e um é fêmea...
- Tá louco Di??... Um pitbull? Só você cria um mostro desse em apartamento....
- A Charlot não é um mostro, é uma linda e meiga cadela...
- (Risos) Você é o único gay no mundo que cria um pitbull... Isso é raça de playboy, sem miolos e carregador de peso...
- Quanto preconceito...
- Ahh ta bom viu bonitão... Agora você vem me falar de preconceito... Ficou aí soltando veneno no ‘metaleiro cabeludo marrento e descobridor de pensamentos alheios’.
-... Não falo mais nada. Quero só ver no que vai dar essa historia...

Continua...

______________________________

CAP. 5  Achei o vira lata ideal

O Elvis com cara de Aisten
12/03/09

O som pesado no repertório, os batuques exagerados da bateria e o estilo ‘estranho’ já deram o que falar no condomínio, varias trocas de palavras, sermões do sindico e ‘algumas’ multas, mas depois de tanto tempo os vizinhos acostumaram e aceitaram como ele é... Crüe é o ‘metaleiro gente fina’ do prédio... Aquela velha historia sabe? "É mais que estampa...”
- Cara, que coisa estranha!!
- Não fala assim dele Fred...
- Então é verdade... Eu ia passar e deixar os ingressos lá na portaria mesmo, mais o Zé me contou que você tinha pego um cachorro na rua.Tive que subir pra conferir......Não acredito que fez isso Crüe...
- Eu disse que precisava de um cachorro, cara.
- Eu achei que estava zuando, juro que não levei a sério essa historia. Que viagem! Não sabe cuidar nem de você, vai cuidar de um cachorro? E ainda pegou na rua?
- Quê que tem?? Precisava de um cachorro urgente, e tinha que ser vira lata... e quando olhei pra cara dele ali na calçada, todo coitado, faminto, fiquei com dó cara......Subi com ele e batizei de Elvis.
- Esse cachorro é feio pra cacete, tinha que colocar Aisten não Elvis... Olha só a cabeleira branca dele, esse rosto magrelo, ele realmente tem cara de coitado....
- Coitado, ele é feio mesmo... Mais é de boa, já tomou conta da área.
- To vendo, folgado toda vida... (Risos) Quero só ver quando a Viviane conhecer o famoso ‘Elvis’. Vai morrer de ri...
- Nem ligo... antes precisava de um cachorro por causa da idiotice que falei, não sei da onde tirei que tinha um vira lata... Fiquei sem saber o que dizer... Ela me deixou estranho... Mais agora eu to gostando dessa idéia de ter um cachorro... É bacana... todo mundo tem um cachorro... E o Walmir adorou o novo morador da casa.
- A Vivi não te deixou estranho Crüe. Você tá é ‘Amarrado’.... Um metaleiro cabeludo apaixonado com um cachorro Aisten que chama Elvis e um réptil que chama Walmir...

Continua...

_____________________________


Capítulos escritos em Dez. e Jan/2010

CAP 6 - Confusão que não cabe numa vida só.

Na correria que a vida anda. Trabalho, projetos pra apresentar, campanha em andamento, carro na oficina, taxi, metrô, trânsito de BH, natal, ano novo, brigas de família, ex- namorado, amigos com problemas...
Vixi!!! É confusão que não cabe numa vida só.
Vivi até esqueceu essa loucura de arrumar uma cadela... Lembra?? A namorada pro Elvis, o cachorro do Crüe... O marrento metaleiro cabeludo e descobridor dos pensamentos alheios.
Então... A euforia toda, paixão, desejo, borboletas na barriga, aquela historia de achei meu amorzinho pra vida toda, foi por água abaixo.
O telefone não tocou mais.
Vivi uma mulher decidida, independente, literalmente resolvida, jamais iria ligar pra um homem marcando o segundo encontro.
Aí ficou por isso mesmo.
Apenas uma transa, que na verdade não aconteceu... Ah é, não aconteceu... Foi apenas uma noite de heavy metal e muita tequila.

Continua...
________________________


CAP 7 - Quando a coisa fica preta. Sempre tem algo pra fede mais ainda.

Não muito diferente de Vivi, a vida de Crüe anda uma loucura! Alias vou ser mais especifica e bem direta. A vida de Crüe anda um MERDA.
Aconteceu tudo ao mesmo tempo. A banda de metal acabou. Para seu total desgosto, aquela banda era sua vida, ele apostava todas as fichas, sempre acreditou que a banda iria pra frente. Pena que de todos os integrantes ele era o único que acreditava nisso. E vocês sabem que quando a coisa fica preta, sempre tem algo pra fede mais ainda. Crüe perdeu o emprego na loja de vinil na galeria do rock, o dono tava entupido de dúvidas e entregou a loja com todos os produtos dentro. Ele não aguentou o novo patrão “babaca”, que não entende nada de música, e se mandou.
Continua dando aula de música em um projeto da Prefeitura de BH, mas o salário é pouco demais. Resultado: Aluguel atrasado, contas a pagar, geladeira vazia e ainda tem a ração do cachorro vira lata que ele pegou na rua por causa daquela ultima ligação pra Vivi, o Elvis com cara de Aishten.
Não tem jeito. A saída foi pedir arrego pra mãe.

Continua...
___________________________

CAP 8 - Marrento metaleiro cabeludo descobridor dos pensamentos alheios E BUNDÃO.

- É sim Vivi. Um bundão.
- É mesmo Di, concordo plenamente com você. Se tem uma imagem que não sai da minha memória, é aquele bundão. Oh! Meu Deus. Chega a ser até pecado, menino.
- (Risos) Você é boba demais. Eu não to falando disso. To falando “bundão”, porque não ligou mais... Falei que não servia pra você. Eu sabia que essa historia não ia dar certo.
- Vai ver ele não queria nada uai...
- Não queria nada Vivi??! O cara ligou para agência atrás de você, inventou maior mentira pra conseguir seu telefone... Atoa que não foi.
- Também, do jeito atrapalhado que foi as coisas, é porque não tinha que ser.
- Eu só fico pensando seguinte... Na ansiedade que você tava Vivi... Devia ligar pra ele, esclarecer direito as coisas, e terminar o que começaram...
- (Risos) Aí meu bem. Só a base de muita tequila.
- É sério. Liga pro cara, marca um segundo encontro, e mata esse desejo de vez.
- Nem pensar!

Continua...
______________________

CAP 9 - O telefone tocou

A cena é...
Na sala Elvis morde um pedaço de meia velha, Walmir se esconde entre os vinis espalhados pelo chão, já é tarde da noite, Crüe come um omelete de sardinha, degusta uma dose de tequila e soltando uns acordes no violão tenta preparar a aula de amanhã.
O telefone toca.
Ele não escuta.
O telefone toca novamente. Ele escuta o barulho e procura o telefone pela sala.
 “Que raio de telefonema essa hora. Quem é o cara de pau??!”
- Alô! (Totalmente grosso solta essa palavra.)
- Ei. Crüe?
- Com que você quer falar? (Grosso novamente solta essa frase).
- Nossa! Quanta ignorância!... É a Vivi, eu queria falar com o Crüe, mas pelo jeito ele não ta interessado em falar com ninguém, né?
Paralisado. Olha fixo para Elvis, como se dissesse. “É ela, cara. O quê que eu faço?”
- Desculpe tá ligando essa hora. Na verdade eu nem ia ligar...
“E não ia mesmo. Nem sei o que me deu na cabeça.”
Continua olhando fixo para o Elvis,e quase escuta o cachorro dizer: “Deixa de ser bundão... É ela mesma, então reage, fala alguma coisa”.
- Pois é Crüe! ... Desculpa de novo ta ligando essa hora no meio da semana, mas é que ando muito apertada com o trabalho, acabei de chegar da agência. Nossa! Está uma loucura a minha vida.
- Que isso Vivi!! Tudo bem... É... É que. Cara, eu não acredito que você ta me ligando.
Vivi não consegue controlar sua ansiedade, ela não acredita que teve coragem de ligar... Ta totalmente descontrolada, nem escuta o que o cara fala do outro lado da linha. Simplesmente dispara a falar.
- Eu ando meio enlouquecida sabe? Final do ano e começo de outro as pessoas ficam assim mesmo, né!? É tanta coisa acontecendo... Natal, ano novo, reunião de família, aquelas confusões que toda família tem... Aí Janeiro vem as contas pra pagar, to trabalhando tanto pra conseguir uma campanha... E pra piorar to sem carro...
Blá. Blá. Blá... Ninguém merece né cara, ligar essa hora e ainda ficar falando que nem uma louca na sua cabeça... Desculpa!!
- Tudo bem, Vivi. Para de me pedir desculpas... Eu também to aqui tentando trabalhar. To preparando a aula de amanhã. Mas ta osso!
- Aula??
- É. Eu sou professor de música em três escolas da Prefeitura, dou aula no projeto escola integrada... Uai, eu já tinha te falado isso, lembra? No dia que nos conhecemos.
- Não. Daquele dia só lembro da tequila e da dor de cabeça do dia seguinte.
- É verdade. Ocorreu uma amnésia alcoólica. (Risos)
- Por favor, não me lembre disso. Que vergonha!
- Tranquilo. Essas coisas acontecem. Na verdade, quem nunca tomou um porre e deletou da memória o que fez??
- É.
Nessa hora o silêncio tomou conta. De uma lado da linha Crüe encara Elvis esperando que o cachorro falasse alguma coisa, coitado! Do outro Vivi sentada no sofá balança freneticamente seu pé e roe unha num ato total de nervosismo.
- Então... Você me ligou...
- Liguei?? (como assim?)
- (Risos)
- (Risos)
- É estranho demais isso Crüe. Não é? Eu não sei o que falar agora.
- Foi surpresa sua ligação. Mas, confesso que fiquei feliz... E apesar de não ter ligado antes, eu queria... Só que minha vida também anda uma loucura.
- E se você tivesse ligado antes, seria porque motivo?
- Porque eu quero te ver de novo.
- Foi por isso que eu liguei...

Continua...
_______________

CAP 10 - Com que roupa eu vou... Pro samba que você me convidou?

Corta cabelo, pinta cabelo, hidratação, limpeza de pele, faz as unhas, depilar virilha, buço, pernas e axilas. Compra roupa nova!
Vou de vestido curto? Nãooo... Muito vulgar. Longo? Madre Tereza de Calcutá... Então meio termo.
Não! Melhor calça jeans. Mas, nesse calor?
Ah.... Então um shortinho, uma bata, um colar bem diferente e um salto agulha. Salto? Melhor colocar uma rasteirinha.
Que indecisão cruel.
Porque tanta ansiedade? É um encontro apenas, um segundo encontro. Não posso ficar assim, to começando a ficar vermelha. Ai meu Deus!
- Oie! Me chamou aqui pra te ajudar. Mas, parece que nem percebeu que to aqui.
- To desesperada Diego!
- Não precisa desse desespero todo. É só um samba.
- Com o Crüe. Quanto tempo eu esperei isso. Quantas coisas eu imaginei pra esse encontro.
- Pensou na lingerie?
- To nervosa!
- Tem que ser de matar, deixar o marrento de boca aberta. Nada de tequila dessa vez.
- To ficando sem ar.
- Devia ficar fantasiando coisas, pode ajudar na hora H.
- Para de falar de sexo!
- Eu ainda não usei essa palavra.
- E precisa? Eu não consigo pensar no inicio do encontro, quanto mais no final dele.
- Vitória, o final é o mais esperado. A transa tão desejada. A bunda, as mãos enormes, as costas tatuadas e tudo isso que não saiu da sua cabeça.
- Credo! Eu não posso sair com um homem pensando em levar ele pra cama. Deveria ser ao contrário.
- Você não transa há mais de 5 meses Vivi.
- Não me lembra disso.
- Precisa ter um orgasmo, se não vai explodir.
- (Risos) Para!
... Como você mesmo disse. É apenas um samba.

Continua.

______________________


O fim. Quer dizer o começo...



Cap. 11 - Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?

06/12/2010

Lava a alma. Espanta energia ruim. Traz alegria. Reuni as pessoas. Sorriso malandro. Balanço gostoso. O som que toca.
A noite de samba foi esperada, reveladora e um começo.
Viviane viu o “metaleiro” sem roupa preta, segurando firma na sua cintura e sambando pelo salão. Descobriu que o Crüe não chama Crüe e sim Francisco, Chico mais carinhosamente e que Crüe é um apelido “estranho” que seus amigos “metaleiros” o batizaram, uma historia complicada que sinceramente não interessava a Vivi. Chico é muito mais real e normal. Dessa vez não teve tequila e sim muita cerveja gelada. Apesar de terem passado uma noite inteirinha juntos, o segundo encontro tinha mais cara de primeiro encontro. As piadinhas e o joguinho criados nos telefonemas não existiam mais...
Crüe, quer dizer Chico, se sentiu a vontade de contar os problemas que estava passando, desde a falta de emprego para músicos, a contas atrasadas e a um sonho fracassado de uma banda de heavy metal...
Viviane explicou a sua vida louca de produtora de moda e Chico entendeu que não existe só “glamour” nessa profissão. Falou das decepções amorosas e sobre o ultimo “pé na bunda” que levou, contou detalhadamente sobre as noites de choro, filmes românticos e muito brigadeiro.
Chico riu da desilusão amorosa de Vivi e declarou que jamais amou uma mulher de verdade.
Eles sambaram, falaram do passado e de planos para o futuro.
O samba foi até de madrugada...

6:42 da manhã. Silêncio. Chico abre os olhos. Meio lerdo, observa o lugar. Uma estante com muitos livros, separados por temas: Moda, romances, ficção, poesias e mais poesias...
Uma máquina de costura, tecidos, revistas, papéis e mais papéis rabiscados.
Uma garrafa de vinho vazia, duas taças, velas e incensos queimados.
O cheiro é de rosas brancas. Dá uma boa espreguiçada e encosta e alguma coisa que mexe... “Caraca!”
Chico fica um tempo admirando o rosto de Vitória, o cabelo vermelho bagunçado, os olhos borrados ainda da maquiagem de ontem. Não existe ressaca, apenas uma sensação boa e leve. Chico coça a cabeça: “Puta que pariu, eu to apaixonado”.
Vivi levanta e ao seu lado na cama o livro de Drummond com uma poesia marcada:
Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?”.
Com um bilhete: Obrigado pelo samba, já diria meu chará, Chico “Se todo mundo sambasse
Seria tão fácil viver”, to indo na padaria, Não foge. Me espera. Desta vez merecemos um belo café da manhã.

____________________

13 de janeiro de 2010

Campanha de Popularização do Teatro

A Campanha começou. E tem muita coisa boa e também muita coisa ruim. Bom! Na minha sincera opinião.
Já vou logo dizendo: Tá com o caderno das peças na mão?? Conselho. Presta bem atenção na sinopse de cada peça e principalmente na foto de divulgação.
Nada de peça com sexo no título e com foto de travesti. BESTEROL na certa.
Quem me conhece sabe do que estou falando! É a minha opinião tá meninos!?
Apenas liberdade de expressão!
Vou falando aqui no blog as peças que vou assistindo. Selecionei umas 8 que irei assisti, dentro outras que já havia assistido e vou levar meus pais.

A minha primeira indicação é uma peça que eu já deveria ter assistido, porque é com Jefferson da Fonseca (meu professor na Puc e diretor da peça Vila dos Mortos).. Mas, enfim, só assisti na Segunda dia 11/01, fiquei maravilhada! Levei mamãe, e nós duas rimos demais.
Uma comédia deliciosa. Não apelativa. Com piadas bem criadas. Também com esse elenco, não poderia ser diferente.
Adorei. Indico. E divulgo. Porque vale a pena.
Abaixo informações da peça.
PS: Amanhã to indo assisti outra. Passo depois pra divulgar minha opinião.
Bjs


OS SEM VERGONHAS

No elenco, J. Bueno, Leri Faria, André Prata, Maurício Canguçu, Ilvio Amaral e Jefferson da Fonseca Coutinho.
"Os sem vergonhas" conta a história de seis desempregados que resolvem ganhar a vida tirando a roupa. O resultado é uma farra que traz à cena os desacertos dos cidadãos comuns.


____________________

Leia a crítica de Marcello Castilho Avelar:



__________________


________________________

7 de janeiro de 2010

As listinhas de 2010

________________________________

Sabe moça. Eu nunca fui de fazer pedidos pro ano novo.
Esse treco de fazer listinha com o que você fez e com o que você deixou de fazer no ano que passou é estranho pra mim.
Pior ainda é anotar meus desejos para o ano que ta vindo... (Risos).
Pode falar moça! Você é como todo mundo né..?
Anota no “paperzin”: Nesse ano que ta chegando vou...
Comprar meu carro, terminar meus estudos, largar meu emprego chato, procurar um emprego que me der prazer, menos “problemas pra cabeça”, mais amor no coração, quero ter uma vida saudável … vou fazer um regime. Vou fazer aquela viagem que tanto quero, procurar quem não vejo há muto tempo, perdoar um amigo que “falhou” comigo...

... Esse ano eu arrumo um namorado.
... E a paz nesse “mundão” que eu vivo... Oh meu Deus! Como eu quero viver em harmonia... Também vou fazer alguma coisa pra ajudar a salvar o planeta, esse ano me cadastro em alguma ONG por aí...
Vou começar a economizar meu “dinherinho”, esse ano abro aquela poupança.
É engraçado demais isso moça!

Tem gente que escreve na listinha bem lá no topo dela. “Procurar mais Deus”... Que isso?? Quer dizer então, que no ano que ta chegando você vai começar ir a missa no sábado e no domingo também? (Risos).
Você acredita moça, que pra procurar Deus você precisa ir a igreja? Você sabe que eu conheço muita gente que vive na igreja e até hoje não encontrou Deus (Risos)... Ele se escondeu bem né?!!
(Risos) … Deixa de ser boba menina... Deus tá aqui oh. (aponta para o meu coração).
(Silêncio)
E ainda tem gente que não sente ele.
Lá no topo da listinha está também “Ser feliz”. Então quer dizer que você vai esperar o ano novo chegar pra ser feliz?!
Pensa bem menina... Se isso não é esquisito!??
… Meus desejos não são para 2010, são para vida, e com certeza eu jamais conseguiria colocar tudo no papel.
… Depois de falar isso tudo aí. Uma pessoa me perguntou: “Então sem listinhas para o ano novo. Apenas um desejo. Uma palavra”.
Menina! Ela me pegou nessa hora!... Pensei, pensei, me veio tantas palavras, tantos desejos (Risos), que daria pra fazer uma listinha enorme...
Aí eu disse: “Sabedoria. Apenas sabedoria”.


Um Relato que me deixou sem ação.
Aí depois disso tudo... Eu desejo pra vocês menos “listinhas enormes”, MAIS AÇÃO!
E apenas SABEDORIA!

Um 2010 repleto de Flores pro mundo.