19 de março de 2009

Cabelo, Cabeleira, Cabeluda, Descabelada


Meu cabelo está grande de novo... E eu só reparei agora!

Encontrei uma pessoa que era do nosso convívio, te confesso que não fiquei muito feliz, estava andando distraída e levei um susto. Acho meio egoísmo da minha parte, mais esse encontro trouxe uma mistura de sentimentos. Foi como se estivesse tocava lá dentro a ferida que estava ‘meio curada’.Gosto de lembrar de você, sem precisar ver alguém... Sem precisar escutar de outra pessoa o que eu sinto e o que vivemos. Isso é meu, e de mais ninguém...
Diferente de mim, essa pessoa me pareceu ficar bem contente em me ver e a primeira coisa que me disse: “Você está tão linda! Como seu cabelo cresceu... ‘ele’ adorava esse cabelão vermelho... Está FELIZ! Que bom que sua vida continuou...” Essa ultima frase ficou na minha mente, batucando feito um pêndulo pesado.
Me senti culpada por estar feliz.
Depois de quase dois anos... Será que eu devia ter ficado parada no tempo assistindo minha vida passar?? O ‘encontro não desejado’ junto do comentário da cabeleira que cresceu, me fez lembrar...
Você dizia: “Ver a ruiva de cabelão ao vento na sacada, alegrava meu dia e me fazia esquecer onde estava.” 
A sua cabeleira também era meu ponto fraco... Meu Deus!... Como amava aquele seus cachinhos, e a combinação que fazia com sua barba aparada. Nossa confusão começou quando decidiu raspar a cabeça, minha opinião de nada valeu, estava decidido e adeus cabeleira. Senti muita falta daquele cabelo ‘acabei de acordar e vim te ver’.
Num ato sem pensar decidi cortar o meu também. Aí sim veio uma confusão total.
O motivo da alegria do seu dia tinha acabado e quando me viu de cabelo curto não mediu palavras: “Não gostei”. Assim, seco. Demorou pro casal de ‘visual novo’ se adaptar as mudanças. Engraçado né!? Como as pessoas têm dificuldades em aceitar mudanças...

Aconteceu a maior mudança na minha vida. Como um terremoto...
Passou, derrubou, levou, machucou e deixou feridas.
Foi tudo tão rápido, tão inesperado, minhas forças foram embora e quando parei e enxerguei que minha vida dali adiante seria outra, ou eu viveria para sempre lamentando a passagem do terremoto, ou encarava de frente e buscaria forças para continuar caminhando...
Claro que escolhi a segunda opção, sei que também essa seria sua escolha.
Pensando nisso, já não sinto o pêndulo tão pesado. Na época decidi cortar meu cabelo... Encarei uma mudança radical, se me visse com certeza não iria gostar. Mais hoje, não existe mais a sacada e nem você está lá para me ver passar...
Uma tentativa de deixar para trás os momentos sofridos que passei, dei adeus a minha cabeleira e deixei que o terremoto levasse junto com a tristeza e com a dor...

Meu cabelo cresceu... E eu estou feliz!
Feliz por inteiro. Sem culpa. Sem pedir permissão.
Feliz pela vida.
...Simplesmente FELIZ!


Nenhum comentário:

Postar um comentário