9 de dezembro de 2008

O presente de Grego













Tudo começou com um pedido de presente de aniversário.
Queria tanto um cachorro, mas tinha uma exigência, fêmea, por favor, depois do desesperado do fusca (um hot gigantesco e bagunceiro), fiquei traumatizada, ele conseguiu mijar em todas as paredes da minha casa e o cheiro que ficava era terrível, nada fazia aquele fedor sair.
Então eu e Dona Elba exigimos uma pequena e sensível cadela.
A procura foi longa, o aniversário chegou, passou e nada de achar a cadela ideal.
Ele na procura e eu na dúvida de que nome daria a ela.

Numa madrugada de Sexta feira o presente chega de moto e dentro de uma mochila.
Quando olhei aquela bolinha marrom pequenina mais fofa, de olhos arregalados verdes, foi amor a primeira vista... Era minha, lógico, aliás era nossa.
O maluco nem esperou a cadela desmamar, ela nem tinha dentes, era bebezinho lindo.
Tão frágil.
Daí começou a luta para saber que raça era ela. De cara Dona Elba falou: “Essa cachorra vai ficar um monstro, olha só a cara dela, é grande e redonda demais, não é nunca de porte pequeno. Eu falei que não ia aceitar aqui em casa cachorro grande mais”.
Eu sabia que a exigência feita não tinha sido ouvida, mas não conseguia imaginar aquela coisinha fofa, que chorava sem parar, virar um monstro! Impossível...
Não, bem possível.

O nome foi escolhido depois de muita confusão, mas a minha sugestão que foi eleita, eu tinha direito poxa! Foi eu que perdi um mês de sono, um mês dormindo com uma bolinha no meio dos meus cabelos e detalhe, acordava toda mijada (mais pelo menos não fedia como do fusca), a mamadeira tinha que ser esquentada três vezes ao dia, leite com água, pra não da caganeira, quando os dentinhos resolveram nascer, meu Deus, como ela chorava, latia, resmungava, sei lá, fazia um inferno de barulho, tudo era válido para aquilo parar, eu  deixava ela morder o que quisesse, aí foi...
Minha havaiana amarela (claro a que eu mais gostava), as roupas que ficavam no cesto, os absorventes do lixo do banheiro, o rolo de papel higiênico (seu favorito), minhas revistas, minha mão, meus dedos, travesseiro, e tudo que ela via no chão.
Ahh! O nome escolhido. MARGÔ.
Margot = Margarida = Flor - Fora do comum, mistura de doçura com fortaleza, fiel no amor.
Nem preciso explicar o porquê do nome.

A primeira consulta do veterinário foi uma festa e um choque.
Com a palavra Dr. Qualquer coisa (não lembro o nome agora):
“Você tem uma bela cadela menina, uma mistura de labrador com bullterrir, dócil, esperta, ativa, inteligente, duas raças típicas de cachorros caçadores e companheiros. Nada de agressividade, são crianças eternamente”.
Agora com a palavra, nós: “Mais ela vai nem vai crescer muito né?”, novamente Dr. Qualquer coisa: “Com certeza vai crescer muito, tem porte de cadela grande e forte”.
FUDEU!
Fizemos um combinado, ela ficaria na minha casa até fazer um ano, depois levaríamos pra casa dele, que futuramente seria nossa.
Mas... Infelizmente, tive que mudar os planos. E nossa Margô, passou a ser minha.
Era nosso destino...

Parceira das delícias... ’ Por Quintana
Margô cresceu, e cresceu muito. Virou uma monstra mais estabanada do mundo.
Sensível ao ponto de sentir no olhar que não estou bem. Converso com ela e aí de quem falar que sou louca, ela me responde. A gente se entende!
Minha companheira... Que adora um cafuné na barriga, carente demais.
Sem noção, não entende que é enorme e gorda, cisma que cabe no sofá comigo, claro, me derruba sempre quando chego em casa, nem consigo brigar, porque a alegria que sente é contagiante (tenho alguns roxos pelo corpo como resultado de tanto amor).
Tem medo de água, coitada, sofre todo fim de semana com o banho.
Louca, bate o rabo e a cabeça em todas as paredes, armários, objetos, que existem na casa.
Fascinada por osso, no meu jardim deve ter uns “trocentos mil” enterrados.
Sua diversão, é correr pela casa derrubando o que tiver pela frente atrás da Olga (minha gata).
Come tudo, a sua ração, a da gata, vitamina, papinha, biscoito, pedra, gelo, cenoura, pimentão, eca! Com ela não tem frescura, se achar que é de comer, ela põe pra dentro e pronto, e eu fico maluca pra tirar daquela boca enorme as porcarias que ela engole.
O seu defeito maior, respeita todo mundo da casa, menos eu. (palavras do Sr. Geraldo: ela não te respeita por culpa sua, deixa ela fazer o quer)... E deixo mesmo.
Dorme na minha cama, deita no sofá, esparrama no tapete, bebe água do box, quando saio do banho e deixa pela casa suas patas. Fica quietinha quando vou pintar suas unhas, usa lenço de bolinha, passa perfume.
Totalmente retardada, seu objetivo é pegar um mosquito no ar, ela consegue ficar horas vigiando o mosquito e quando resolve dar o bote, bate com a cabeça na parede.
Eu poderia escrever vários coisas sobre Margô. Mas, jamais conseguiria transmitir aqui o sentimento que sinto por essa cadela. Ela foi o presente de grego mais lindo que ganhei.
A mostrinha mais bela que existe. Olho pra ela vejo saudade, lealdade, companheirismo e amor.

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